sábado, 8 de agosto de 2009

quarenta segundos de experiência

Ainda não tinha me dado conta do quanto uma experiência, por mais singular que seja, muda completamente, ou senão mais da metade, o meu ponto de vista sobre determinado assunto.
Já passei por muitas, mas depois, só de pensar bastante sobre o ocorrido, eu cheguei a sutil conclusão de que todas as outras experiências não foram marcantes o suficiente; marcantes quando pensadas às quatro da manhã, depois de levantar subitamente da cama, com a sensação de uma arma apontada para mim.
Desço as escadas, um pouco descabelada, confesso; pego um copo e o encho de água. De repente, me vem à cabeça que aquela água que escorre para dentro do copo pode ser usada como metáfora, quando a minha experiência for descoberta.
Já faz um mês desde o ocorrido, mas não consigo esquecer. Tentei substituir, procurando outra coisa pra experimentar, mas não tem jeito.
Penso agora: já faz um mês desde quando aconteceu, mas faz seis meses, aproximadamente, que conheço o objeto de minha experiência.
Eu não sei se não esqueço porque foi traumática ou porque foi maravilhosa.
Dúvida cruel.

e não, não é de sexo que estou falando.