segunda-feira, 16 de julho de 2012

sem título

Aquela velha história de querer não mais pensar e só de pensar em não pensar, a gente já está pensando.
O verbo pensar vai estar sempre assim; no gerúndio. Será sempre uma ação em andamento, um processo(verbal) não finalizado.

E dizem por aí que uma pessoa totalmente livre é aquela que não tem medo do ridículo.
E eu digo que uma pessoa não é totalmente livre. Uma pessoa nunca será totalmente livre.
Não até ela não estar mais ligada a nenhum tipo de pensamento. Mas como?
O pensamento é algo muito maior que a gente. Ele sim tem liberdade. E a liberdade que ele tem impede a nossa.
Sinto muito te dizer, mas o pensamento faz o que quer, e não você.


domingo, 26 de fevereiro de 2012

dessa vez

De dentro do ônibus, observo o desencontro da vida. De um lado, uns indo; do outro, uns voltando.
E penso que é assim mesmo. A dinâmica da vida é feita de partidas e chegadas. E foi isso que aconteceu com a gente.
Eu estava indo com tudo de um lado da pista, de bem com a vida;vidros do carro abaixados e, no rádio, as melhores músicas, ajudando a construir a trilha sonora daquele meu clipe.
Você acenou e eu aceitei em te dar carona.
Era só aquilo que você precisava naquele momento; alguém que te levasse a lugares diferentes dentro de você mesma. Um lugar que sempre tivera, mas que de tão mal frequentado, estava preto e branco.
E andamos por lá horas e dias. Rimos, brincamos, enfim, nos divertimos. E de repente, como num passe de mágica, tudo foi sendo colorido com as cores mais vivas que havia te emprestado.
E pronto, imaginamos mil coisas, fizemos mil planos. Tudo estava guardado no nosso caderno de memórias futuras. Tudo estava pronto, só estava esperando acontecer.
Mas quando percebeu que, sozinha, também poderia continuar colorindo, você, gentilmente, pediu que eu parasse o carro porque queria descer.
Fiquei te observando pelo retrovisor e me perguntando por que resolvi parar para te dar carona aquele dia.
Naquele momento, o que mais me intrigava não era exatamente se estava arrependida em ter parado o carro e ter te deixado entrar, mas sim, por que dei a você todas as minhas cores, as mesmas que hoje a vejo usando com outra pessoa.

(...)

Mas tudo bem. Consigo ver o lado bom de tudo isso e compreendo até o incompreensível.
É bom saber que fiz esse bem para você. Mas só queria que me agradecesse, entende?

Se ainda te interessa: comecei o meu processo de recomeço e comprei um novo carro. Agora é mais equipado e seguro.
Não sei se vai se sentir desconfortável,é que ele tem um sensor de proximidade que apita toda vez que algo que temo, se aproxima e, desde então, ele tem se mostrado bem eficaz.
Se ainda assim quiser, o banco do carona está disponível.
Mas veja bem: dessa vez, entre e não mexa em nada. Dessa vez, eu controlo o volume do rádio; da situação. Dessa vez, se você colocar o volume em um nível que não consiga atingir, imediatamente eu desligo o meu rádio para sempre.
Dessa vez, eu quero observar mais. Dessa vez, eu decido se abaixo ou não os vidros. Dessa vez, eu quem decide a hora da partida.
E dessa vez, principalmente, eu determino se é a hora ou não de frear.

sábado, 20 de agosto de 2011

precisamos

A gente precisa de coragem, fé e, sobretudo, de pessoas. Porque, às vezes, me sinto meio vazia de pessoas. Pessoas que não sabem que, quando chegam perto, fazem festa dentro da gente. Mas que para isso, não desprezam o meu lado nada alarmante e efusivo de ser; do jeito que gosta de chegar quieta, às vezes, sem que as borboletas precisem se afastar dali.

Há pouco percebi, mas há tempo carrego comigo uma borboletinha no indicador e uma sensibilidade que arde as costas...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

me dê um abraço, venha me apertar. tô chegando

será que é mesmo verdade essa coisa de que se as pessoas se distanciam, elas realmente se perdem uma para outra?
acredito que quando alguma coisa ou momento foi realmente bom, não se perde. o jeito de lidar com a situação vai estar sempre por ali, mesmo que escondida, mas está.
o jeito de amar, se de doar, de se dar nunca se perde, nunca vira pó.
nos relacionamentos sempre existe alguma coisa que sobra. sejam os toques, as palavras, os gestos ou, porque também não dizer a saudade. e quando sobra saudade, pode ser de 3 dias ou de 3 anos, quando há o reencontro, as pessoas sabem exatamente o que fazer com ela.
por isso, acredito que as coisas não se perdem, e sim que se camuflam, esperando o momento certo de dar o bote.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"Compositor de destino; tambor de todos os ritmos"

É uma pena, ou não, mas hoje a gente anda cada vez mais preocupado com as urgências.
A gente quer tudo pra ontem. Culpa de quem? Da cultura agorista, talvez.
A gente quase morre de esperar e fazemos da dúvida uma tragédia quase que grega.
Essa pressa ainda vai nos levar a algum lugar; acreditamos.
Coitado do tempo: se der pra colocar a culpa nele, é claro não vamos hesitar.
Atropelamos tanta coisa e às vezes tanta gente com essa nossa mania desesperada de querer
chegar logo lá... aonde?
Nessa correria desenfreada à busca de não sei o quê, a gente acaba esquecendo que o
legal da vida é a surpresa; é justamente você não fazer a mínima ideia de qual será a resposta
para isso ou aquilo - let it be.
Mas a gente não é fácil, viu? Sabemos de tudo isso, mas e daí?
O que importa são as regras inconveniente que insistimos em criar.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

sobre estar só, eu sei

Penso, às vezes, que todo mundo deveria reservar um tempinho para si.
É bom colocarmos as coisas em ordem, esvaziar a gaveta; (re)organizar pensamentos.
Esses dias fiz isso, tirei um tempinho para mim. Depois que assisti a um filme, aproveitei a melancolia que a chuva carrega, abri um vinho e coloquei Cranberries para tocar.
Então, do nada, eu pensei: "caramba, eu me basto."
Pensei isso não com aquele pensamento pessimista de viver para sempre sozinha, e sim com um pensamento de que a gente não precisa se ocupar de pessoas o tempo todo, que estar só não é sinônimo de uma coisa ruim, e sim que, graças a Deus, podemos fazer escolhas.
Claro que ter alguém é ótimo, mas se realmente for o momento e não somente para fazer parte da estatística de pessoas não solteiras.
Como sugeriu a Martha Medeiros, "incertos são nossos amores, e por isso é tão importante sentir-se bem mesmo estando só".

Pois é, acho que as pessoas deveriam parar com essa mania absurda de sair por ai à procura de alguém, porque ficar sozinha, Deus me livre!
Também não é pra tanto.
Estou me sentindo tão bem com as minhas ideias impuras agora, que não estou nem um pouco afim de encontrar um desinfetante para eliminá-las.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

mente extensa dá nisso

Andei pensando coisas, entretanto não tenho a mínima ideia se isso é bom ou ruim.
Não consigo mais encostar minha cabeça no travesseiro sem que nenhuma pessoa me venha à mente. Antes, eram coisas, problemas, situações, o cotidiano de cada dia.
Hoje, entretanto, são pessoas que passeiam pela minha mente, que há muito tem-se feito de inquieta.
É estranho, mas ao mesmo tempo inevitável que eu conheça uma pessoa num dia e não vá dormir com ela no pensamento. Coisa mais doida essa de achar que é aquela ali, é aquela pessoa que tanto eu procurava e até então não achara. Fico perguntando por que, Deus, por que isso acontece constantemente comigo? Será que o medo de ficar para titia é tão grande, que já quero logo me livrar desse peso no primeiro encontro? Sei não, viu?
Às vezes acho que é a insegurança, aquela tão temida palavrinha.
Só que acho que no meu caso é pior, pois a insegurança é de mim mesma. Hã? Como assim?
Então, penso que de repente, sei lá, nunca vou conseguir fazer ninguém feliz, sabe por quê?
Porque além desse meu problema de me sentir insegura, carrego um outro que não falo para ninguém; o momento.
Sim, porque eu tenho esse "problema do momento" também. Nunca ouviu falar? Deixa eu explicar; é assim:
Passo um certo tempo com a pessoa e acho tudo muito lindo, agradável e coisa e tal. Daí, amanhã, não sei se quero aquilo de novo, porque tenho essa mania horrível de gostar do momento, do agora. Amanhã? Amanhã não sei se quero mais.
Então, por isso essa minha insegurança. Será que conseguirei ficar com alguém além de...agora?
Será que amanhã vou sentir a mesma coisa? Ou melhor, antes disso tudo: será que amanhã vou querer sentir isso de novo?

Não sei, sinceramente não sei por qual motivo, razão ou circunstância isso ocorre comigo.
Não sei se enjôo das pessoas, se não gosto de mesmice, sei lá o que é.
Mas quero saber já, quero saber ontem; tenho pressa.

Enquanto espero pela resposta, que não sei se será através de intervenção divina ou coisa qualquer, continuo a deitar e pensar em pessoas; são tantas, suspiro eu.

E penso: acho que minha mente é igual coração de mãe: sempre cabe mais um.